Friday, November 03, 2006

Duke #04 - O jogo é 21

Nunca é uma atitude inteligente querer revidar utilizando a força quando se tem uma arma apontada para sua cabeça, principalmente tão perto como se encontrava a Beretta de Rita. Dane se seus princípios de honra, não seria covardia acatar todas as ordens dadas.

__ Achou mesmo que eu faria um contrato verbal com um desconhecido para uma coisa desse tipo? – Disse ela com firmeza e a arma na mesma posição. Nem uma velha com mal de parkison erraria um tiro desses.

Enquanto Duke dirigia tentando manter o controle e avaliando friamente a situação, analisava todos os movimentos da mulher... Alem de manter atenção em que ela dizia.

__ Um presidiário recém libertado iria chamar muita atenção tendo recebido
5.189.500,00 colóns costaruiquenho andando por aí com uma boca grande e uma vontade consumista descontrolada.

__ E que droga você quer que eu faça? – Disse Duke enquanto tentava mentalmente converter a moeda. Sim os US$ 10.000,00 prometidos. A quantia era alta, definitivamente fez com que ele duvidasse do pagamento.

Eles já estavam nos arredores da cidade, agora em uma velocidade inferior.
__ Não se preocupe senhor Duke – Ainda com a arma firmemente apontada para o motorista – Receberá mil dólares referente a aposta que fizemos no bar e o restante em breve receberá instruções de como pagarei...

__Qual aposta? – Interferiu Duke confuso – Não me lembro de nada parecido.

__ Mantenha se calmo e vire na próxima rua. A aposta é fictícia não existiu. É só uma forma segura e “limpa” para se fazer o pagamento, e alem do mais, o imundo do barman confirmará essa aposta a quem perguntar. Lembra se da garrafa de Blavod encima do balcão, apostamos de onde vinha a coloração escura...

Sem muito entender porque tanta precaução para o pagamento e uma arma em sua cabeça, Raoul continuou dirigindo e no final da rua avistou a Chopper Hog , dentro de uma garagem aberta. Diminuiu a marcha do veículo ate parar

E ele olhou nos olhos falsos e verdes de Rita.
__ No porta-luva do carro, existe uma chave e ela abrirá um armário publico no terminal rodoviário – Ela falou descendo do carro, mas sem deixar de apontar a arma para Duke – Vá direto para lá, não fale com ninguém e abandone este carro no estacionamento.

Assustado com os acontecimentos do primeiro dia de liberdade, atônito ele observa Rita descer do carro. Ele se sentia fraco e por alguns segundos percebeu a chegada de uma apoplexia.

__ Não perca tempo. E você foi útil...

A raiva fez com que o sangue voltasse a irrigar o cérebro de Duke.

Ainda com a arma apontada ela olha o motorista assustado desaparecer na noite abafada.

No solitário terminal rodoviário, sentado num frio e desconfortável banco, olhando para a parede de armários com amassadas e mal pintadas portas de aço fino, Raoul sente a fadiga tomar conta de si. Não estava com medo, nem preocupado, nem decepcionado, nem envergonhado... Apenas se sentindo sujo e terrivelmente cansado.

Dormiu como um cachorro vira-lata naquele banco publico, impessoal e nada ergonômico.

Os primeiros raios de sol na sua face mal barbeada e a insistência de um nada humorado faxineiro acordaram Duke de forma desagradável. Eram os malditos sintomas de uma grande ressaca... Dor de cabeça, aquele desânimo infernal e o velho gosto de “cabo de guarda-chuva” na boca. Ainda recuperando seus sentidos, já sentado ele procura a chave com o numero 312 em seu bolso e caminha em direção dos armários.

Seria engraçado, porem era o que Raoul Duke queria, encontrar um pacote grande cheio de dinheiro, pegar a primeira condução para qualquer lugar longe daquele buraco infernal. Ao invés disso, havia um envelope escrito: Instruções.

Todo grande jogo possui suas regras e formas de serem burladas, e todo bom jogador deve conhecer muito bem ambas. Duke estava diante disso, como proceder nesse estranho e delituoso jogo. Abriu curioso, mas sem muita vontade o envelope e começou a lê as tais instruções.

Rita deixou bem claro como ele iria receber o pagamento:

“Esteja no Monte Castelo às 22:00 da próxima sexta-feira, vá até a mesa de 21, a banca pagará 10 por 1, então aposte seus US$1.000,00 e sairá enfim com os seus 10 mil. A croupiê lhe dará as cartas certas e vencedoras. Preocupe se apenas com sua discrição, pois sua sorte já foi comprada através de uma funcionaria corrupta e é claro, por dinheiro e influencia. Vá até nosso amigo barman, ele terá um descente terno a sua espera.”

Duke havia assistido inúmeros filmes de espionagens, e sabia que esse tipo de mensagem seria mortalmente perigosa em mãos erradas. A amassou e guardou no bolso de sua calça.

Um rápido impulso de medo aumentou a freqüência dos batimentos cardíacos, e ele se questionou mais uma vez em que tipo de situação estava metendo seu nariz. No seu primeiro dia de liberdade fora cúmplice de uma estranha que invadiu, roubou e explodiu... E providenciou que algumas folhas de Titulo ao Portador fossem depositadas em algum banco na Suíça. Uma mulher que faz pagamentos usando métodos mafiosos e possui influencia em cassinos.

Alem de perigoso isso soou divertido.

Raoul Duke sabia de uma coisa: O jogo estava apenas em seu começo... E ele estava disposto a jogar.

(Continua...)

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Deleito-me mais uma vez com as desventuras de Duke. Estou ansioso para saber o que de incrível pode ocorrer com o anti-herói.


abraços

3:06 PM  
Blogger Maurício Fonseca said...

Opa...gostei ´do que li...

parabens

5:17 PM  
Blogger Paty said...

Ainda bem que vc chegou... ah nem... não vai mais não... rs rs

8:35 AM  

Post a Comment

<< Home