Wednesday, November 30, 2005

Kick Out The Jams, Motherfuckers (*)






Conseguir trocar o horário do vôo para mais tarde é um progresso para alguém que é atraído pela cevada e por viajar embriagado (Imagine um sujeito de olhos vermelhos consumindo álcool no saguão do aeroporto às 7 horas da manha?), mas melhor do que viajar sentido a cerveja fazendo efeito, é viajar tonto e na escotilha próximo à turbina... Parece paranóia, mas aquele som da explosão a jato e a possibilidade daquilo explodir a qualquer momento me fascina. Enfim, o vôo foi tranqüilo, ate o piloto pousar com apenas um lado da aeronave... Serviu para afastar o tédio.
O que mais importa era o objetivo: ir para o festival Claro q é rock em Sampa, e melhor, com minha amiga Luciana. A primeira apresentação que assistir foi Good Chalote, uma bandinha dos irmãos gêmeos que parecem ser fãs do Bon Jovi e que tem uma versão punk da Barbie como guitarrista. A próxima foi a inovadora velha Nação Zumbi, com seu mangue bit e rock folclórico com batidas quase psicodélicas.
Numa vista geral do publico, percebi claramente a quantidade de adolescentes de classe media alta, quase um Teenage Festival Rock, mas era o de menos... Esperar ver um publico formado por velhos punk’s bêbados e alucinados é sonho pra Dee Dee Ramone, o que eu queria mesmo era Rock & Roll . Fantômas, que porcaria experimental era aquilo, por vários minutos eu acreditei que os roadie’s da banda estavam ainda afinando a monstruosa e paramentada bateria, que afinal de contas, pra nada serviu.
Como o que eu queria mesmo era ver as rochas rolarem, estava ansioso pra ver Iggy Pop subir no palco, às 23:40 a velha iguana (http://www.iggypop.com) começa a desferir o que todos esperavam, performances lunáticas, cômicas e é claro musica de qualidade, com direito até a invasão de palco e vários: Fucking Stooges, Fuck MTV... Fuck... Fuck... FUCK. E quando todos achavam que tinha a acabado, o vovô do punk pede luzes acesas e detona mais uma vez com o clássico “I Wanna Be Your Dog”. E sinceramente ele não foi nada menos do que todos aguardavam, reviveu o punk juntamente com os Stooges da época das longas caminhadas de An Arbor ate ao fétido apartamento dos irmãos Ashton para treinos e consumo de drogas. Estou até agora meio impressionado com o show do Iggy, puta que pariu, acho que depois daquilo uma outra banda vai ter muito trabalho para conseguir com que 25 mil pessoas vibrem na frente do palco.
No mínimo memorável ter ido no festival e visto finalmente James Newell Osterberg, porra... Só quem é fã entenderia...

(*) Botem pra quebrar, filhos da puta – Slogan utilizado pelos MC5, Motor City de Detroit. Que mais tarde deu origem aos Stooges
MSN: leo81219093@hotmail.com

Wednesday, November 16, 2005

Uma Bela Bunda Vs. Perpetuidades






Ela - Queria ser bunduda, assim não precisaria pensar tanto

Ele - É, se você fosse assim, não me daria muita idéia não

Ela - Daria idéia só para os ricos. E agora não estaria aqui, estaria em Aruba, Cancun, Bahamas, San Juan ou em um outro paraíso tropical

Ele – E seria bela, fútil e consumista ....

Depois dessa rápida divagação pelo IM, recrio mentalmente aquele velho senso comum... A beleza é efêmera, mas a inteligência, alem de crescente é imperecível!Porra, eu também me amarro em uma bela bunda (tal qual os ricos), mas uma bela bunda só será admirada enquanto for uma bela bunda, o que todos sabem é que o tempo de vida útil de um belo traseiro não é tão longo assim, e quando esse tempo expirar, o procedimento mais fácil seria ir à caça de uma nova bundinha jeitosa...Então, embora pareça uma atitude asceta, eu prefiro ir admirando uma bela inteligência, uma bela sagacidade e valores não tão superficiais e passageiros....Mas voltando ao assunto, em tempos de bundas, uma bela bunda faz bem aos olhos...

Monday, November 14, 2005

Resgate 80's






Resgate 80's

"Menos guerra, mais pão, vocês de direita, vocês de esquerda são todos babacas,velhos demais, vivendo intrigas de tempos atrás".
O Despertar Dos Mortos, AE.

AE, de Aborto Elétrico, o alto nível na representação punk da capital federal...

Me encontro agora escutando o mais novo trabalho musical da banda Capital Inicial, intitulado com o nome da banda origem... Toda aquela loucura efervescente da abertura política datando em meados 1978, fazia com que alguns filhos, expurgos da burguesia se reunissem em festinhas na Colina, estacionamento do Gilberto, campus da UNB e em outros antros estratégicos que hoje tornou se “point” para playboys... embalados por punk-rock como Sex Pistols, The Clash, Ramones e Velvet Undergroud e principalmente enchendo a cara de vinho Chapinha, fumando baseado barato e mandando benzina pra dentro sem dó, caras como Renato Russo, Fê Lemos e o conhecido Dinho Ouro preto criavam as mais ácidas e politicamente incorretas musicas do cenário brasiliense. Não que eu seja crítico musical, afinal de contas eles não sabem porra nenhuma do que falam mesmo, mas estou pretendendo deixar aqui registrado não a admiração, mas sim a qualidade e sagacidade existente no simples fato da regravação de clássicos. Com citações completamente regionais, citações brasilenses, como a musica Tédio (Com um T bem grande pra você):

“Moramos na cidade, também o presidente
E todos vão fingindo viver decentemente
Só que eu não pretendo ser tão decadente não

Tédio com um T bem grande pra você

Andar a pé na chuva, às vezes eu me amarro
Não tenho gasolina, também não tenho carro
Também não tenho nada de interessante par fazer... Moro em BRASILIA”

Ou então na musica Anuncio de Refrigerante:

“Sentado debaixo do bloco sem ter o que fazer
Olhando as meninas que passam
Matando o tempo, procurando uma briga
Sem ter dinheiro nem para um guaraná
Passar de tarde no conjunto nacional, olhar os

Pobres, e os ricos e os ladrões.
Com muita coisa na cabeça, mas no bolso nada
Sempre com medo dos pms
E chega o fim de semana e todos se agitam
Sempre à procura de uma festa,
Os carros rodam enquanto se tem gasolina
E ninguém nunca agita nada,
Sujeira quando sua turma é menor de idade
Não podem ir para o mesmo lado que você
E a vida que agente leva não é nada igual
Aos anúncios de refrigerante.”

Retrata quase fielmente uma realidade bem conhecida, e vivida em tempos contemporâneos. Então esse novo Compact Disc tem um valor de certa forma pessoalmente para mim. Sinceramente tenho várias e empolgantes coisas pra dizer a cerca dessa época porcamente gloriosa, que de fato não vivi, eu era criança e medroso demais para essa paranóia musical, mas não to com saco nenhum para escrever ... Por outro lado, devo bater palmas para capitalista, sanguinolenta e friamente oportunista MTV! Um salve para MTV e sua sacada...

Às 18:58 do décimo quarto dia do mês de Novembro de 2005. Escutando claro, Aborto Elétrico – Helicópteros no Ceu