Thursday, September 28, 2006

Duke #03

Idéias confusas na cabeça de Duke. Uma mistura de receio e repudio fez com que subisse um frio na sua espinha, fazendo com que refletisse sobre suas ações futuras. Retornaria ao crime, se é que um dia foi um criminoso de fato.
Olhos atentos sob os rabiscos rápidos feitos por Rita quando passava categoricamente o plano ridiculamente simples. Simploriedade que arrancou risos forçados e irônicos de Duke, ressoando em seus pensamentos a pergunta: Será que dará certo?
Percebeu agora que fora escolhido por motivos específicos, não só porque seu rosto parecia um outdoor com os dizeres: “não tenho nada a perder e minha alma está em liquidação”. A vida ainda não havia se transformada em uma serie de ação televisiva e o canalha do diretor do condomínio de jaulas conhecia algumas das atribuições de Duke. O alvo SS 20 ECD era um cofre cujo circuito integrado e firmeware de segurança havia sido desenvolvido pela sucursal de tecnologia da informação da grandiosa Corporações Lecmor, e coincidentemente um dos membros da equipe que fomentou o projeto era um sujeito com o nome de Raoul Duke, que fora contratado como consultor em criptografia. Iniciou sua cyber-carreira como consultor em segurança da informação, e agora se encontrava em meio a uma serie confusa de pensamentos que variavam de princípios morais a ações vingativas... Mas para ele uma coisa era certa, essa pequena operação iria atingir seus inimigos, ou ao menos iria iniciar o processo. A grandiosa Lecmor CO iria me reembolsar os infindáveis meses em que fiquei hospedado na prisão – pensou Duke.
Seus devaneios e conflitos foram negligenciados pela sua atenção quando atraída pelo ronco grosso e alto de um provável motor V8, girando ritmicamente em baixo de um capô de um Maverick canadense, preto fosco que entrou na rua estreita derrapando os pneus traseiros e parando exatamente em frente de Duke.
Tão incongruente quanto o carro, era a figura que o pilotava. Seria linda se não estivesse dentro de um macacão de mecânico, luvas de couro e um velho par de botas. As grosas camadas de maquiagem, as lentes verdes e a peruca preta em corte channel permitia a Rita o conforto e anonimato que uma mascara não a daria.

__ Horário e local combinado – disse Rita saindo do carro e passando as chaves para ele – Gostei de ver vossa pontualidade. E acredito que esteja preparado...
Exatamente às 18:45 os dois iam de encontro à missão. O cofre encontrava se no segundo pavimento do prédio de 3 andares, onde funcionava a contabilidade da Lecmor Co.
Uma estranha sensação de receio fez com que Duke avaliasse mais uma vez o plano simples. Com o conhecimento que possuía, explicou a Rita que o circuito integrado da segurança do cofre possuía uma falha, um código de manutenção que era usado na primeira carga do sistema. Todo o trabalho de campo ficaria por conta de Rita, ela entraria exatamente às 19 horas, cortaria a energia inutilizando o fusível central com uma micro bomba a base de C4, previamente preparada por ela e um detonador ativado via radio. Os geradores automáticos levariam de 1,5 a 5 minutos para reativarem a energia do prédio, que estranhamente possuía uma avançada (Mas falha) estrutura de segurança. Claro que o cofre eletrônico possuía uma bateria interna de lithiun própria, mas o corte de energia iria abrir uma brecha para que ela inserisse o código de manutenção e contornar a rotina de autenticação do sistema, então entre a ação do explosivo e o uso do código passado por Duke, ela teria menos de 20 segundos. Tempo Maximo que a bateria interna levaria para reativar a segurança.
E enquanto toda essa ação digna de ser dirigida por Brian de Palm seguia, a poucos metros do prédio ele a aguardaria dentro do carro com o motor já ligado. Sabia que era completamente importante para o feito, mas ser motorista de uma estranha criminosa o deixava nervoso e insatisfeito.
2 minutos se passaram depois que Rita entrou pela entrada de serviços mostrando o crachá, provavelmente falso,para o segurança e atrás do volante Raoul Duke escuta um disparo firme e as janelas do prédio ficarem negras com o escuro. Girou a chave e escutou o som da ignição do carro, nada... Mais uma tentativa sem sucesso. O suor e o tremor apoderou se das mãos do condutor. Ma quarta tentativa o gigante adormecido deu sinal de vida, e o motor funcionava imperativamente, mas a rápida sensação de alivio foi instantaneamente ameaçada por uma ensurdecedora explosão. Estilhaços na lataria do carro, claridade cor de laranja madura, as janelas completamente destruídas do primeiro andar e a primeira frase que veio na mente de Duke foi: “puta que pariu”.
Em alguns segundos depois Rita estava com um sorriso macabro e assustado, sentada no banco ao lado do motorista pressionando Duke a acelerar e sumir logo de cena.

___ Mas que porra foi aquela - Disse ele dirigindo eximiamente por ruas estreitas, sem conseguir disfarçar seu nervosismo – Por que explodiu um andar inteiro? Algo saiu errado.

O sorriso dela provava o contrario...
___ Foi apenas um detalhe destrutivo. Uma assinatura.

O mais preocupante era as sirenes dos carros da segurança particular que se esforçavam para se aproximar do velho Maverick. Primeiro dia de liberdade já ouço sirenes no meu encalço, isso é que é vida Duke!
Mas a capacidade de direção evasiva e a potencia do motor eram quase um estupro na guarda motorizada que os seguiam, o que deixou Duke satisfeito, alguns segundos de alegria, sensação de missão cumprida... Seus momentos alegres foram deturpados pelo click quase inaudível vindo da sua têmpora direita. O metal frio e a imagem que seus olhos captaram, fez com que concluísse que Rita estava com uma arma de fogo em sua cabeça, era uma Pietro Beretta .635.
__ Continue dirigindo e faça exatamente o que eu ordenar – Disse Rita com o olhar cortante e sério...
(continua)

Friday, September 22, 2006

É a hora do bastardo...







“Existem momentos na vida em que é necessário economizar seu desprezo devido ao grande número de necessitados.” (Chateaubriand).

Acho que a freqüência desses momentos me faz possuir uma fabrica constante de desprezo. Spider Jerusalém disse: É o ano do Bastardo! Eu diria, é a hora do bastardo...
Pela proliferação de hienas com seus malditos sorrisos repugnantes que insistem em lhe atingir com suas fraquezas pueris. Creio que acabo de chegar a uma teoria pouco fundamentada: É a Cadeia
Alimentar Moderna da Sociedade, onde existem vermes decompositores e leões no mesmo ecossistema. Mas o detalhe delicado dessa complexa Cadeia Alimentar é a continua fusão de castas...
É a rêmora que acompanha um tubarão de boca grande e de estomago pequeno que deixa seus restos quando sai em uma caçada... Malditas rêmoras do nosso cotidiano! Engrenagem fundamental para a máquina de desprezo.


O prato mais caro do melhor banquete é
O que se come cabeça de gente
Que pensa e os canibais de cabeça descobrem aqueles que pensam
Porque quem pensa, pensa melhor parado.
Desculpe minha pressa, fingindo atrazado
Trabalho com tecnologia mas sou escritor,
Perdi minha pena nem sei qual foi o mês...


... E enquanto Lecmor divaga pelo "sem sentido", as aventuras e delitos de Raoul Duke, são protelados.

Friday, September 01, 2006

Rockxixe

Composiçao: Raul Seixas/Paulo Coelho

Vê se me entende, olha o meu sapato novo
Minha calça colorida o meu novo way of life
Eu tô tão lindo porém bem mais perigoso
Aprendi a ficar quieto e começar tudo de novo

O que eu quero, eu vou conseguir
O que eu quero, eu vou conseguir
Pois quando eu quero todos querem
Quando eu quero todo mundo pede mais
E pede bis

Eu tinha medo do seu medodo que eu faço
Medo de cair no laço que você preparou
Eu tinha medo de ter que dormir mais cedo
numa cama que eu não gosto só porque você mandou...

Você é forte mais eu sou muito mais lindo
O meu cinto cintilante, a minha bota, o meu boné
Não tenho pressa, tenho muita paciência
Na esquina da falênciaque eu te pego pelo pé
Olha o meu charme, minha túnica, meu terno
Eu sou o anjo do inferno que chegou pra lhe buscar
Eu vim de longe, vim d´uma metamorfose
Numa nuvem de poeira que pintou pra lhe pegar

Você é forte, faz o que deseja e quer
Mas se assusta com o que eu faço, isso eu já posso ver
E foi com isso justamente que eu vi
Maravilhoso, eu aprendi que eu sou mais forte que você
O que eu quero, eu vou conseguir
O que eu quero, eu vou conseguir
Pois quando eu quero todos querem
Quando eu quero todo mundo pede mais
E pede bis, e pede mais...